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20/05/2016

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veio de novo

no meio do caminho 
como uma quina

 

caiu certo
no olho
como uma ferpa


sugou tudo
que tenho
como uma fenda

é um surto
um cuspe
um primeiro espasmo
um rio (de novo?)

como uma sina
uma perda
um mantra

um lago é o poema
que. sempre. tenho. que. delimitar.

nunca um rio

mais diques do que bruma

sempre lago

 

mais letra do que sangue.

 

 

Johnny Guimarães