Começo o poema pedindo para que ouça ao fundo a música “Na hora do Almoço” de Belchior. Agora, com um volume que não atrapalhe a leitura, perceba:
Toda palavra
A mais bela ou burocrática
É um lamento
Escoa um som gutural
Querendo o entendimento
Desde o recôndito, até a travessia da garganta, língua e saliva
Eu grito
E você vai embora
O gesto rebenta seu silêncio
Belo e burocrático
Sua ausência repercute
Todo gesto
O mais belo ou burocrático
Ecoa numa palavra: